sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Enfermeiros


Brasil tem déficit de enfermeiros

País empata com a Índia na segunda pior posição entre 40 nações industrializadas, com apenas 0,9 profissional para cada mil habitantes.

Quando o assunto é o investimento na formação de enfermeiros, o Brasil possui a segunda pior posição entre os países industrializados. Para cada mil habitantes, existe apenas 0,9 enfermeiro, taxa semelhante à da Índia, e à frente apenas do Chile. Isso é o que revela estudo elaborado pela Organização e Cooperação para o Desenvol­vimento Econômico (OECD na sigla em inglês) com 40 países, os 34 membros da instituição e seis emergentes.

A oferta de enfermeiros em relação à de médicos também coloca o país em último lugar na pesquisa, com 0,5 enfermeiro para cada médico, mesmo índice dos chilenos. A pesquisa, de 2009 e divulgada neste ano, leva em conta tanto os profissionais com graduação quanto aqueles que atuam como técnicos e auxiliares de enfermagem.

Para se ter um parâmetro, a Rússia, país com nível de desenvolvimento semelhante ao brasileiro, possui 8,1 enfermeiros por mil habitantes, e 1,9 enfermeiro para cada médico. Já a Índia e a China possuem índices um pouco acima, embora ainda baixos. No primeiro item, a campeã é a Islândia, com taxa de 15,3 enfermeiros por mil habitantes, e no segundo, a Irlanda, com 5 enfermeiros para cada médico.


Déficit preocupante

A pesquisa da OECD reflete um déficit conhecido das associações e conselhos que reúnem os profissionais de enfermagem no país. De acordo com a presidente da seção paranaense da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben) e secretária de saúde de Carambeí, nos Campos Gerais, Carmen Moura Santos, o Brasil necessitaria de pelo menos 350 mil profissionais a mais.

A falta é mais sentida em cidades do interior e nas regiões Norte e Nordeste, onde muitas vezes não há enfermeiros 24 horas por dia nos hospitais, ou então um mesmo enfermeiro assume mais de uma equipe ou é responsável por mais de uma unidade básica de saúde, o que é proibido por lei. “A distribuição é muito desigual, e em alguns locais esse índice ,apresentado pela pesquisa, pode ser ainda menor, o que impacta na qualidade do serviço”, diz a enfermeira.

Pela lei, há diferenças entre enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem. Apenas o primeiro pode prescrever cuidados e é sempre o chefe da equipe, enquanto os demais podem executar os serviços, sempre sob a supervisão do enfermeiro. Cada equipe deve ter um enfermeiro, e deve haver sempre um profissional desta categoria à disposição 24 horas por dia.

Cuidados

A desigualdade na relação entre enfermeiros e médicos impacta negativamente na saúde, de acordo com o membro do Cons­elho Federal de Enfermagem (Cofen) Antônio Marcos Freire. “O médico é responsável pelo diagnóstico e por indicar o tratamento, mas é o enfermeiro que prescreve os cuidados e tem maior contato com o paciente. Logo, se estão em menor número, essa parte fica comprometida.”

Freire dá um exemplo que ilustra bem os problemas decorrentes dessa desproporcionalidade, que envolve a hora de dar à luz. Geralmente, cabe ao médico fazer o parto, mas é o enfermeiro o responsável por acompanhar a parturiente e ajudá-la com procedimentos que aliviem a dor, como massagens, mudanças na posição do leito e técnicas de respiração. Com o déficit, é comum que muitas não tenham esse acompanhamento.

“O enfermeiro pode ajudar a mulher nesse momento de ansiedade, ajudando-a a fazer a força necessária e a economizar energia. Em casos em que ela é orientada de forma incorreta ou nem é orientada, é comum que não tenha forças para empurrar o bebê e acabe sendo necessária uma cesária, aumentando os risco de morte materna”, diz Freire.

Preconceito é histórico

Historicamente, a Enfermagem sempre foi vista como um ofício menor se comparado com a Medicina, embora ambas tenham pa­­peis igualmente importantes na área de Saúde. “É uma questão de cultura. A Medicina é uma ciência mais antiga, e o status social do médico sempre foi maior do que o do enfermeiro. Isso começa a mudar, até porque é o enfermeiro que está 24 horas com o paciente, e as pessoas começam a valorizá-lo”, analisa a coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdade Evangélica, Amarilis Schia­von Paschoal.

Antônio Marcos Freire lembra que a Enfermagem também sofreu preconceitos por ser historicamente uma profissão feminina, já que o machismo quando essa ciência surgiu considerava inferiores os ofícios ligados ao gênero. Quando escolheu seguir a profissão, há 15 anos, ele sofreu resistência inclusive dos pais. “Havia a ideia de que a Medicina era para os homens e a Enfer­magem para as mulheres, pela noção de subserviência que havia entre as duas funções, da enfermeira servindo ao médico.” 

“As pessoas sempre reclamam por mais médicos, pois elas querem consulta, querem tratar, tomar remédios, mas o que faltam mesmo são mais enfermeiros, que focam principalmente nos cuidados e na qualidade de vida através da prevenção”, diz a presidente da Associação Brasileira de Enfermagem no Paraná, Carmen Moura Santos.

Valorização

Hospitais disputam os profissionais

Quem resolve seguir carreira na área de Enfermagem tem pela frente uma boa gama de opções quanto à área de atuação. Em relação aos estágios de formação, é possível optar pelos níveis médio e seguir a carrreira de auxiliar de enfermagem ou técnico em enfermagem. Ou, ainda, concluir o ensino superior e se formar enfermeiro profissional, chamado antigamente de enfermeiro de alto padrão.

“O auxiliar é reponsável por cuidar do paciente de menor complexidade, como aqueles que estão em enfermarias, apartamentos ou suítes. Os técnicos, que estão numa categoria acima dos auxiliares, podem cuidar dos que estão em UTIs ou pronto-socorros. Ambos são formados em escolas de enfermagem e têm formação téorica e prática”, explica a gerente de enfermagem do Hospital Evangélico, Ana Cláudia Giffhorn.

Em relação ao enfermeiro, que possui graduação em Enfermagem, é possível optar pelo cuidado direto com o paciente, em ambiente hospitalar, instituições de longa permanência (os antigos asilos) e empresas, ou então se especializar na área de administração (coordenando ou gerenciando equipes), de educação (dando aulas), pesquisa ou auditoria (uma espécie de avaliação sistemática do atendimento prestado).

Em muitos hospitais, de acordo com a enfermeira, o auxiliar ou técnico que opte pela graduação tem grandes chances de ser promovido. Esse profissional é muito valorizado, por iniciar a graduação, que proporciona o conhecimento científico, já com a experiência obtida no dia-a-dia.

Por causa do déficit de profissionais e da variedade de oportunidades, as instituições, em especial hospitais, costumam “competir” por profissionais, de acordo com Ana Cláudia. “A área é muito rica e sobram vagas. Isso permite que você deixe currículo em vários hospitais, que sofrem com essa falta. Isso permite escolher a melhor oferta em termos de condições de trabalho e salário.”

A gerente afirma, no entanto, que a remuneração ainda é um desafio e que, por isso, deve optar pela profissão quem realmente tem vocação. “Não se pode dizer que você irá ficar rico. O retorno é principalmente pessoal. Saber que você pode aliviar a dor de alguém e fazer diferente para cada paciente. Isso é algo muito emocionante.”

Curitiba reduz jornada para 30 horas

A partir de março, os enfermeiros que trabalham na rede municipal de saúde passarão a cumprir uma jornada de 30 horas semanais, uma reivindicação antiga da categoria e que atualmente é tema de projeto de lei no Congresso Nacional. Hoje, a jornada é de 40 horas. A redução foi aprovada em segundo turno pelos vereadores da capital no último dia 7, após protestos dos servidores.

A professora da Pontifícia Universidade Católica do Paraná Ana Rotília Herzinger afirma que reduzir a jornada ajuda a diminuir a probabilidade de erros cometidos por causa do cansaço. Hoje, fala-se muito em “erro médico”, mas também é razoável o número de erros de enfermagem, até porque o profissional passa mais tempo com o paciente do que o médico.

“Mais tempo livre também possibilita aos enfermeiros mais disposição para investir na formação continuada e assim aumentar a renda. Isso contribui para que os enfermeiros invistam mais na área de cuidados diretos com o paciente, que hoje começa a perder espaço para a área de gestão, quando o enfermeiro realiza apenas atividades de administração.” (VP)

Velhice abre mais vagas

Num país com cada vez mais idosos, as oportunidades de trabalho para os enfermeiros se multiplicam. Os brasileiros com mais de 60 anos somam 19,5 milhões, mas devem chegar a 64 milhões em 2050, refletindo na oferta de postos de trabalho na área de cuidados domiciliares. Os filhos serão em menor número, o que exigirá alguém com conhecimento técnico para cuidar dessas pessoas em casa. Nesse momento entra em cena o enfermeiro.

A professora do Curso de Enfer­ma­gem da Pontifícia Universidade Católica do Paraná e mestre em Educação Ana Rotilia Erzinger explica que o enfermeiro pode atuar tanto na prevenção de doenças quanto nos cuidados com o idoso mais debilitado. Mas não se deve confundir o trabalho de enfermeiro com o de cuidador de idosos. “So­mente o primeiro pode realizar procedimentos como manuseio de sondas e aplicação de injeções. O cuidador, geralmente um membro da família sem formação específica, é responsável por auxiliar o idoso em atividades da vida diária.”

A importância desse profissional em países que envelhecem é visível pela demanda de outras “nações idosas” que já recrutam enfermeiros no Brasil. Entre eles se sobressai o Canadá, onde 27% da população será idosa em 2030. A cidade de Quebec oferece curso de francês grátis e visto permanente para enfermeiros que queiram trabalhar por lá. 

fonte:G.P

Hospital Evangélico

Devolução de verba ameaça Evangélico

A suspeita de irregularidades na execução de um contrato da Sociedade Evangélica Beneficente com o Ministério do Turismo ameaça inviabilizar o funcionamento do Hospital Evangélico de Curitiba. A avaliação é do pastor Deimeval Borba, que assumiu a presidência da entidade há uma semana após o pedido de renúncia de Mauro Seraphim, ex-presidente da SEB. A sociedade, mantenedora da Faculdade e do Hospital Evangélico, corre o risco de ter de devolver R$ 3,1 milhões ao ministério por causa das supostas ilegalidades no convênio para qualificar no Paraná agentes turísticos para a Copa de 2014.
Relatórios do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União apontaram diversas irregularidades na execução do contrato. Os auditores encontraram indícios de sobrepreço, direcionamento de licitação, falhas no acompanhamento da execução do projeto e falta de comprovação da capacidade técnica da SEB para o treinamento de agentes turísticos. Tam­­bém há suspeita de fraude no cadastro da entidade no Sistema de Convênios  do Ministé­­­rio do Pla­­nejamento.
Diante da suspeita, o Turismo abriu uma tomada de contas especial e exigiu explicações da SEB. Caso as irregularidades apontadas pelo TCU e pela CGU sejam confirmadas, o convênio pode ser rescindido e a SEB ser obrigada a devolver os recursos à União.
“Isso pode inviabilizar o trabalho do hospital. São R$ 3 milhões. Hoje não temos esse dinheiro. A entidade sobrevive com repasse do SUS”, disse Borba. 

Obesidade

Obesidade em escolas públicas será tema de estudo
Um projeto do governo do estado pretende estudar a obesidade em alunos de 6 a 18 anos da rede pública a partir de março. A secretaria do Esporte vai realizar o projeto Prevenção e Controle da Obesidade Infanto-Juvenil, que terá duas fases e deve atingir toda a população escolar do estado, estimada em 2,1 milhões de pessoas até 2014.
Esse projeto faz parte do Programa Paraná Saudável, que vai reunir um conjunto de ações destinadas a melhorar a qualidade de vida dos paranaenses. A primeira fase do projeto deve atingir 14 mil alunos de 400 escolas estaduais e municipais em 96 cidades. Avaliadores vão coletar informações por meio da aplicação de um questionário aos alunos e familiares.
A partir dessa pesquisa, será traçado um plano de ação que deve alcançar resultados práticos. O projeto deve durar até 2014.

Planos de Saúde

STJ proíbe plano de limitar gastos

Os planos de saúde não podem estabelecer limite máximo de gastos com internações em hospitais nem prazo máximo de permanência do segurado, segundo decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os ministros da Quarta Turma do STJ entenderam, por unanimidade, que esse tipo de cláusula é abusiva. A decisão não vincula as demais instâncias da Justiça, mas abre precedente para situações semelhantes. A decisão tomada na semana passada foi tomada após a análise do recurso da família de uma mulher que ficou dois meses internada na UTI devido a um câncer de útero. No 15.º dia de internação, a seguradora queria suspender o pagamento alegando que havia sido atingido o limite do contrato de R$ 6.500.

Mortalidade materna

Mortalidade materna no Brasil cai 19%
Dados divulgados pelo Ministério da Saúde indicam que o Brasil po­­de ter registrado em 2011 a maior redução em termos absolutos no índice de mortalidade materna des­­de 2002 – ano em que o país freou a acentuada melhora nesse indicador verificada nos anos 1990. O governo registrou 705 óbitos maternos no primeiro semestre de 2011 contra 870 no primeiro semestre de 2010, uma queda de 19%.
Dados preliminares indicam, segundo o ministério, que o país pode atingir em 2011 uma taxa pró­­xima a 63 mortes maternas pa­­ra cada 100 mil nascidos vivos, con­­tra 68 por 100 mil em 2010. O índice, se confirmado, significará a maior queda da taxa de mortalidade desde 2002.
Porém, mesmo se mantiver es­­se novo e acentuado patamar de queda nos próximos quatro anos, o país não vai cumprir a meta estabelecida pela ONU em 2000 nos Objetivos do Milênio, que é de chegar a 35 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos. A previsão do ministro da Saúde, Alexandre Pa­­dilha, é atingir esse índice em 2015.
A principal causa de morte materna continua sendo a hipertensão, seguida de hemorragia e infecção pós-parto, segundo os registros do Ministério da Saúde. Em 2010, foram contabilizadas 13,8 mortes maternas por hipertensão para cada 100 mil nascidos vivos. Em 1990, esse índice chegou a 40,6 por 100 mil.

INTOXICAÇÃO

Salsicha contaminada mata 2 pessoas
Duas pessoas morreram no Noroeste do Paraná após se­­rem intoxicadas pela bactéria causadora do botulismo. Ou­­tras duas estão doentes e há mais dez com sintomas da doença. A suspeita é que elas tenham consumido salsichas infectadas com o Clostridium botulinum. A Secretaria de Es­­tado da Saúde (Sesa) interditou todos os lotes da fabricante das salsichas na cidade de Alto Piquiri.
Em um dos casos confirmados da doença, um homem ficou 20 dias no hospital, 19 deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Outra vítima comeu a salsicha in natura e morreu, enquanto a esposa e o filho comeram a salsicha frita e não sofreram nada”, contou o diretor da 12.ª Regional da Saúde, Arecídio Cassiano, reforçando a suspeita de que o alimento estava contaminado pela bactéria. “Muitas pessoas, sem saber, fritaram ou cozinharam a salsicha e podem ter matado a bactéria [antes da ingestão do alimento].”
O botulismo é causado pela ingestão de alimentos embutidos, enlatados e em conserva contaminados pela bactéria. Sem tratamento, 60% dos casos evoluem para a morte, que pode acontecer entre 12 horas e 10 dias após a ingestão do alimento contaminado.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

HPV

HPV, o inimigo íntimo

Nos homens, o HPV causa verrugas genitais. Nas mulheres, lesões podem virar câncer
Há 35 anos, o médico alemão Harald zur Hausen publicou sua hipótese de que a infecção pelo papilomavírus humano (HPV, do inglês human papillomavirus) causaria câncer de colo do útero. O tempo deu razão a Hausen, e também o Prêmio Nobel de Medicina, em 2008. O conjunto do trabalho é de grande relevância porque esse tipo de câncer é o segundo mais frequente entre as mulheres de todo o mundo e, entre as brasileiras, o quarto mais letal. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que anualmente morrem 4.800 vítimas e surgem 18.500 novos casos. Estudos mostram que partículas do vírus aparecem em mais de 90% dos registros da doença.
Transmitido sexualmente, ou em casos raros por meio de instrumentos sem esterilização adequada, como equipamentos ginecológicos, o papilomavírus é muito comum. Causa em geral verrugas genitais, tecnicamente chamadas condilomas acuminados, em ambos os sexos. Mas o perigo são as lesões sem sintomas que se desenvolvem nas mulheres, podendo progredir para o câncer de colo uterino caso não sejam tratadas precocemente.
Segundo o Inca, cerca de 25% das brasileiras estão infectadas com algum tipo de HPV. As mais suscetíveis são as mais jovens, que iniciam a vida sexual cada vez mais cedo, e aquelas na pós-menopausa. Cerca de 80% das mulheres serão infectadas pelo menos uma vez ao longo da vida. Estima-se que em todo o mundo 291 milhões delas carregam algum dos mais de 100 subtipos do vírus e 32% têm os de número 16 ou 18, os que produzem as lesões com potencial cancerígeno , ou ambos.
“A possibilidade de regressão dessas lesões é maior que 50%. Ainda não é possível saber, porém, em que casos haverá cura espontânea ou evolução para um tumor maligno”, afirma Mauro Romero Leal Passos, professor de Medicina da Universidade Federal Fluminense, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Doenças Sexualmente Transmissíveis e autor do livro HPV, Que Bicho É Esse? “Sabemos que o risco de evolução é maior entre as fumantes, as portadoras de outras infecções no colo do útero, como herpes e clamídia, e do HIV, ou as geneticamente predispostas à malignidade.”
Como estratégia de prevenção, o Ministério da Saúde recomenda rastrear prioritariamente mulheres de 25 a 60 anos, por meio do exame conhecido como papanicolau. Os dois primeiros exames a cada três anos e os seguintes a cada dois. 
Conforme aponta o Plano de Ação para Redução da Incidência e Mortalidade por Câncer do Colo do Útero, do Inca, a oferta de exames pelo SUS seria suficiente para a cobertura necessária desde que não fossem realizados repetidamente, em intervalos menores, o que restringe a cobertura. Além disso, em muitos laboratórios há falhas na coleta e no estudo das amostras ao microscópio. Isso leva ao chamado falso-negativo – quando o teste não revela a doença existente. A intensidade desse problema varia conforme a região. Segundo a Fundação Oncocentro de São Paulo (Fosp), em Fortaleza, por exemplo, é impossível fazer o diagnóstico em 13% das amostras. Em outras localidades, pode chegar a 50%.
Há no Brasil, desde 2002, diretrizes para o atendimento de mulheres com exames alterados. A recomendação é tratar as lesões de alto risco em unidades ambulatoriais, mas isso não é seguido, conforme o documento do Inca. O encaminhamento desnecessário para hospitais pode comprometer o acompanhamento de mulheres com alterações que requeiram maior atenção. E, uma vez prejudicado o rastreamento, eventuais complicações correm o risco de ser detectadas tardiamente.


Novas vacinas

Preocupada com isso, a secretária Samara Regina Rodrigues Bettoni, 32 anos, de Itajubá (MG), vive aconselhando todas as mulheres conhecidas, inclusive as mais jovens, a não faltar às consultas rotineiras com o ginecologista e a fazer exames preventivos. No final de 2009, ela recebeu o diagnóstico de câncer de colo uterino. Em menos de um ano foi submetida a três grandes cirurgias, em que foram retirados o útero e as trompas. Hoje está curada, mas é acompanhada periodicamente no Hospital A.C. Camargo, em São Paulo. Aos 18 anos, Samara contraiu HPV, se tratou, mas admite ter sido negligente nos últimos anos. “Colocava as preocupações com meu filho, o marido e o trabalho em primeiro lugar e deixava a saúde de lado”, conta.
Pouco se sabe sobre a contaminação na população masculina, embora comecem a surgir indícios de aumento dos casos de câncer de boca e de orofaringe (região atrás da língua, amígdalas e palato, o céu da boca) causados pelo HPV. “O homem é um vetor importante. Tem muita infecção para transmitir e manifesta pouca doença”, afirma Elsa Gay de Pereyra, ginecologista do Hospital das Clínicas de São Paulo. Também é pouco conhecido o comportamento desses vírus entre os homens.
Mas os médicos desconfiam que a resposta esteja na própria anatomia. Enquanto o órgão genital masculino é exposto e recoberto por pele, que o protege, o da mulher é interno. E o colo do útero é formado por tecidos mais suscetíveis a contaminação. Apesar de não evitar totalmente o contágio, o homem pode ter lesões no púbis ou nos testículos, a camisinha reduz significativamente os riscos. Por isso é recomendada em qualquer tipo de relação sexual, mesmo entre casais estáveis.
A especialista do HC defende a vacinação dos homens contra o vírus. Segundo Elsa, na Austrália houve redução da contaminação feminina com a adoção dessa medida preventiva. No Brasil, a Anvisa acaba de aprovar a vacina para homens de 9 a 26 anos. Até então, estava liberada apenas para a população feminina nessa faixa etária. A imunização não está disponível no sistema público de saúde, apenas em clínicas particulares. Há a bivalente, contra os subtipos 16 e 18; e a quadrivalente, contra os subtipos 6 e 11, causadores das verrugas.
Ambas são igualmente eficazes. Mas ainda não se sabe qual a duração da proteção. Por isso a vacinação não exclui a necessidade de rastreamento. Segundo especialistas, seu impacto na redução da incidência do câncer de colo do útero e na mortalidade por ele só será visível daqui 30 ou 40 anos. Em dez anos, porém, poderão ser percebidos efeitos da ampliação e qualificação do rastreamento e tratamento das lesões. 


O câncer   pênis 

Cerca de mil brasileiros têm o pênis amputado devido a câncer, por ano no Brasil.



O câncer que atinge o pênis está muito ligado às condições de higiene íntima do indivíduo, sendo o estreitamento do prepúcio (fimose) um fator predisponente. 

Outro fator de risco é a prática sexual com diferentes parceiros sem o uso de camisinha.


De acordo com o médico, um dos fatores que predispõem ao câncer de pênis é o HPV, entre 30 e 50% dos casos, um vírus transmitido em relações sexuais. Por isso é importante também estar atento à presença do HPV, que muitas vezes se manifesta como uma pequena verruga e que é contagiosa.
São poucas, quase inexistentes, as campanhas dirigidas ao sexo masculino, resumindo-se quase sempre à próstata.
Ocorre ainda como agravante o desconhecimento pela população da ocorrência desse tipo de câncer.
As políticas públicas de educação e prevenção não dão ênfase a este tipo de doença.
Quando detectado em estágio inicial o câncer de pênis é curável sem precisar amputar, no entanto, o tempo transcorrido entre o início dos sinais e sintomas e a procura pelo profissional de saúde é postergado, tendo causas multifatorias como as questões sócio-culturais, vergonha, desinteresse, culpa, medo, ou mesmo o desconhecimento da gravidade da doença pelo paciente.
O número foi divulgado recentemente pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU)

Câncer de boca
Em uma década, dispararam no país os casos de câncer de boca e orofaringe relacionados à infecção por HPV (papilomavírus humano), transmitidos por sexo oral.

Não há um aumento do número total de casos, mas sim uma mudança no perfil da doença.

Antes, cânceres de boca e da orofaringe (região atrás da língua, o palato e as amígdalas) afetavam homens acima de 50 anos, tabagistas e/ou alcoólatras.

Hoje, atingem os mais jovens (entre 30 e 45 anos), que não fumam e nem bebem em excesso, mas praticam sexo oral desprotegido.
Uma recente análise publicada no periódico "International Journal of Epidemiology" mostra que, quanto maior o número de parceiras com as quais pratica sexo oral e quanto mais precoce for o início da vida sexual, mais risco o homem terá de desenvolver câncer causado pelo HPV.

"O HPV está criando um novo grupo de pacientes. Por isso, é preciso reforçar a necessidade de fazer sexo oral com preservativo." O Inca estima que, por ano, o país registre 14 mil novos casos de câncer de boca.

Segundo os especialistas, a boa notícia é que os tumores de orofaringe relacionados ao HPV têm um melhor prognóstico em relação àqueles provocados pelo fumo.

Paulo Kowalski afirma que eles respondem melhor à quimioterapia e à radioterapia e, muitas vezes, não há necessidade de cirurgia.



Vacinação


Calendário de vacinação infantil inclui imunização contra mais duas doenças

O calendário de vacinação de crianças no Brasil terá imunização contra mais duas doenças a partir do segundo semestre deste ano. A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde.
São duas vacinas injetáveis, uma para paralisia infantil e outra chamada de pentavalente, contra cinco doenças, que incorpora componentes contra uma enfermidade a mais do que a empregada até então, a tetravalente.

No caso da poliomelite, a distribuição de doses orais (a gotinha) será mantida. Enquanto a injetável usa o vírus morto, a segunda tem organismos vivos atenuados, quer dizer, enfraquecidos. Em outros países do mundo, a imunização por via oral contra a paralisia infantil já foi deixada de lado. O Brasil não tem caso da doença há mais de 20 anos, mas em 2011 duas suspeitas de poliomelite foram registradas. A opção de manter as duas modalidades é recomendada pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) até que a doença seja eliminada no mundo inteiro.

A versão injetável, aplicada a bebês de dois a quatro meses, é considerada mais eficiente e com menos riscos de efeitos colaterais. Um reforço será feito entre seis e 15 meses.
Na prática, a campanha contra a paralisia infantil manterá duas fases. Na primeira, em 16 de junho, crianças com menos de cinco anos receberão a dose oral, mesmo se já tiverem sido imunizadas antes. Na segunda, em agosto, os postos de saúde vão distribuir outras vacinas que estiverem atrasadas.

Da penta à heptavalente

A outra vacina incluída no calendário imuniza crianças aos dois, quatro e seis meses contra difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenza tipo B e hepatite B. A pentavalente incorpora a prevenção à hepatite, antes aplicada separadamente. Com a implantação da pentavalente haverá uma economia de R$ 700 mil ao ano, devido à redução no preço da vacina, além de reduzir custos de transporte, armazenamento e material, como seringas e agulhas.

Haverá reforço contra três dessas enfermidades entre o primeiro e o segundo anos de vida e entre quatro e seis anos de idade. Récem-nascidos continuam a receber uma dose contra hepatite B nas primeiras 12 horas de vida, de modo a prevenir transmissão da mãe para a criança.

Daqui quatro anos, o ministério promete que outras duas doenças serão imunizadas, tornando-a heptavalente. 
A própria poliomielite e a meningite C serão incluídas conjugada. “As vacinas combinadas possuem vários benefícios, entre eles o fato de reunir, em apenas uma injeção, vários componentes imunobiológicos. Além disso, os pais ou responsáveis precisarão ir menos aos postos de vacinação, o que poderá resultar em uma maior cobertura vacinal”, observa o ministro Alexandre Padilha.

A vacina heptavalente será desenvolvida em parceria com laboratórios Fiocruz/Bio-manguinhos, Instituto Butantan e Fundação Ezequiel Dias. A tecnologia envolvida é resultado de um acordo de transferência entre o Ministério da Saúde, por meio da Fiocruz, e o laboratório Sanofi.

Cesariana

Fiocruz faz pesquisa para investigar preferência por cesariana

Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2010, 52% dos partos no país foram cirúrgicos

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vai entrevistar 24 mil mulheres que tiveram bebê recentemente (pós-parto) para descobrir o porquê da preferência de muitas brasileiras pela cesariana. Dados do Ministério da Saúde indicam que, em 2010, 52% dos partos no país foram cirúrgicos. Na rede privada, o índice chega a 82% e na rede pública, a 37%.

A pesquisa vai verificar com a mãe qual foi a indicação médica para o tipo de parto, onde foi feito o pré-natal e se o profissional que acompanhou a gestação foi o mesmo que realizou o parto. No caso de mulheres que passaram por cesariana, será perguntado o motivo da escolha.

Doula há cinco anos, Rachel Bessa oferece apoio a mulheres grávidas para alcançar o bem-estar físico e emocional durante a gestação e o parto. Ela explicou que o parto normal é um ato de respeito ao próprio corpo feminino, enquanto a cesariana exige um procedimento cirúrgico com riscos, como a hemorragia interna.

Outra desvantagem, segundo Rachel, é que, após a cesariana, a mãe não pode ficar junto com a criança imediatamente porque precisa se recuperar da cirurgia – mesmo que o bebê necessite desse primeiro contato já que, por meio dessa aproximação, é possível, por exemplo, controlar a temperatura corporal.

“Além disso, durante o parto normal, acontece uma compressão natural no peito da criança. Com isso, todo o resquício de líquido, próprio da gestação e que pode estar dentro da criança, é limpo. É um processo natural. No caso da cesárea, é usada uma sonda para a retirada desses líquidos.”

Lais Ignácio, 25 anos, é nutricionista e está grávida do primeiro filho. “Pretendo ter parto normal, mas vai depender da situação na hora”, disse. Apesar do receio da dor, ela explicou que prefere parto normal porque a recuperação é mais simples. “O corpo feminino foi preparado para isso”, completou.

Catiana Ferreira, 29 anos, trabalhadora doméstica, compartilha o sentimento de ansiedade. Grávida do primeiro filho e já no oitavo mês de gestação, ela disse que ainda não recebeu uma indicação médica sobre que tipo de parto optar. “Quero parto normal, porque é mais rápido e recupera logo. Assim, não necessito de muito repouso já que preciso voltar a trabalhar.”

Já Maria de Fátima Oliveira, 36 anos, fará uma cesariana, mesmo preferindo o parto normal. A empregada doméstica está grávida do primeiro filho, mas tem um mioma que pode complicar o procedimento. “Se não fosse esse problema, faria o [parto] normal, porque a recuperação é mais rápida e mais saudável”, disse.

De acordo com o Ministério da Saúde, as chamadas cesáreas eletivas são as que mais representam risco. Nesse tipo de procedimento, a mãe agenda o dia e o bebê nasce sem que a mulher entre em trabalho de parto, o que pode causar problemas de saúde, sobretudo respiratórios, na criança.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

SIATE


Serviço atende 1,8 mil por mês em Curitiba

Mesmo com implantação do Samu, demanda do Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência continua alta

O Siate (Serviço Integrado de Atendimento ao Trauma em Emergência) tem atendido, todo ano, 21 mil ocorrências. São 1,8 mil por mês e 60 diariamente, em média. O problema é que o sistema está sobrecarregado e ainda se depara com a superlotação dos três grandes prontos-socorros de Curitiba, no Cajuru, Evangélico e Hospital do Trabalhador.

Nem a implantação do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) na capital, em 2004, aliviou a situação, segundo o diretor médico do Siate Curitiba, Edson Vale Teixeira Júnior. Pelo contrário, os atendimentos têm subido.

“Houve aumento porque a frota de veículos cresceu e, com ela, o número de acidentes. Também subiu a violência interpessoal, que traz contingente grande de casos para atender”, avalia. Teixeira conta que, hádez anos, era “raríssimo” atender uma pessoa baleada numa segunda-feira. “Hoje, é frequente, e não mais apenas nos fins de semana”, diz.

O Siate também atende os municípios da região metropolitana, onde estão apenas dois hospitais para atender urgência e emergência em trauma: o Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, e o Rocio, em Campo Largo. “Porém, eles não têm estrutura para atender a gravidade de muitos dos pacientes, que são encaminhados para os prontos-socorros de Curitiba”, afirma Teixeira.

Segundo o médico, na região metropolitana de Curitiba, a demanda é grande em Colombo, Almirante Tamandaré e Fazenda Rio Grande, “que são cidades mais violentas”.

“Arte e Consumo”


Memorial de Curitiba abre exposição com obras de pacientes de hospital

Desde de  quinta-feira (9), o Memorial de Curitiba recebe uma exposição com trabalhos feitos por crianças e adolescentes atendidas no Hospital Pequeno Príncipe, que fica na capital. As pinturas foram produzidas ao longo de nove meses, desde abril de 2011.

A exposição intitulada “Arte e Consumo” ficará no Memorial até o dia 4 de março.

Durante o período de produção, os pacientes do hospital participaram de diversas oficinas, que os fizeram ter contato com vários movimentos artísticos, desde a arte rupestre até a arte contemporânea. Nomes como Arthur Bispo, Vik Muniz, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti serviram como referências para as crianças.

O Memorial de Curitiba fica na Rua Claudino dos Santos, 79, no Centro Histórico de Curitiba. O horário de visitação é de terças a sextas-feiras, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Aos sábados e domingos o Memorial também abre das 9h às 15h. A entrada é gratuita.

Preventivo

Campanha de Coleta de Preventivo & Teste Rápido

A Secretaria Municipal de Saúde de Piraquara, através do Programa Saúde da Mulher, está  divulgando a Campanha de Coleta de Preventivo & Teste Rápido, visando a redução do câncer de colo do útero e mama, em todas as mulheres, principalmente na faixa etária de risco de 25 a  59 anos, que acontecerá no próximo sábado (11), na Unidade de Saúde Elfride de Oliveira Miguel, Guarituba, das 8h às 17h.
É importante ressaltar que a administração municipal vem de todas as formas facilitando o acesso das mulheres piraquarenses, quanto realização da colete do Exame Citopatológico (Preventivo) e autoexame das mamas em todas as mulheres, com os devidos encaminhamentos se necessário, estendendo o atendimento durante a semana como demanda livre em todas as US e, aos sábados, facilitando o acesso das mulheres trabalhadoras, que são impossibilitadas de comparecerem à US durante a semana.
Todos os profissionais são capacitados para o acolhimento humanizado junto à mulher, realizando busca ativa do SISCOLO & SISMAMA para todas as mulheres que já realizaram o exame e que por ventura possa ter ocorrido alguma intercorrência, oferecendo todo o suporte que esta possa necessitar, assim entendemos que concretizamos o SUS que queremos.

Pedala Curitiba



O retorno do Pedala Curitiba ao calendário municipal reuniu 157 ciclistas na noite da última terça-feira (7), segundo contagem dos organizadores.
No passeio, muitas caras novas de ciclistas que estavam conhecendo o passeio noturno pela primeira vez ou mesmo pessoas que compraram uma bicicleta há poucos dias.
Também pela primeira vez, o Pedala contou com o apoio dos agentes da ciclopatrulha daSetran, o que surpreendeu positivamente muitos dos ciclistas. O secretário municipal de Trânsito, Marcelo Araujo, também participou dessa primeira pedalada do ano.
O passeio inaugural teve 15,1 km, com grau de dificuldade mínimo, ideal para ciclistas iniciantes.
Antes do passeio, houve a a distribuição de 150 camisas da ação Pedale na Paz, que promove a mobilidade segura e harmônica entre ciclistas, motoristas e pedestres em Curitiba.
E, como previsto, todos pedalaram na paz, mas muito se perguntaram: quando haverá a distribuição de camisetas aos motoristas com a campanha "Dirija na Paz"?

QUESTÃO DE SAÚDE


Altas temperaturas do Verão elevam o consumo de água

Desde a chegada do verão no final do ano o Paraná está tendo problemas com o alto consumo de água.

Durante esta estação mais quente, a sensação de calor aumenta e o nível de umidade relativa do ar diminui, o que torna os índices de consumo e desperdício de água ainda maiores.

A onda de calor que assola o Estado nos últimos dias provocou um aumento de 30% no consumo de água e esse problema está sendo agravado pela falta de chuva que ocorre neste período.

Em Curitiba e Região Metropolitana, o aumento no consumo de água foi da ordem de 10% em relação à média e em Cianorte, as altas temperaturas aumentaram em 30% o consumo e com o volume de água no manancial de abastecimento reduzido, em virtude da estiagem, foi implantado um sistema de rodízio para garantir o abastecimento no decorrer do dia na cidade.

QUESTÃO DE SAÚDE


Appa reduz a população de pombos na área portuária de Paranaguá
Um conjunto de ações desenvolvidas pela Administração dos Porto de Paranaguá e Antonina (Appa) reduziu em aproximadamente 80% a população de pombos na área portuária de Paranaguá nos últimos seis meses. A proliferação desses animais era fonte de problemas para as operações do terminal, devido aos riscos de contaminação de produtos e à transmissão de doenças ao homem.

“A partir de estudos do Núcleo Ambiental, implantamos medidas práticas para reduzir a oferta de alimentos e de água, além de eliminar as facilidades de acesso dos pombos a instalações como silos e armazéns”, afirma Airton Vidal Maron, superintendente da Appa. “Graças a medidas como estas, recebemos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária o Certificado de Boas Práticas de Armazenagem para o armazém 3B do Porto, que era usado apenas para carga geral, e agora pode receber alimentos e derivados”, disse Maron

Alimento influi na perda de audição


Dieta sem carboidrato pode acelerar chegada do problema na velhice

Quem costuma cortar carboidrato para emagrecer pode acelerar o processo da perda de audição, que é comum na terceira idade. O cigarro também é um dos principais fatores de degeneração antecipada das células do ouvido.

A falta de carboidrato mata as células, conforme explica a responsável pelo setor de Otoneurologia da Unidade Funcional de Otorrinolaringologia do Hospital de Clínicas da UFPR, Rita Guimarães. “A pessoa pode ter hipoglicemia. Isso significa que há menos glicose no sangue que chega ao ouvido e a glicose é a companheira do oxigênio que dá vida à célula”.

Processo semelhante ocorre com o fumo. “A nicotina diminui o calibre da artéria e, com menos oxigenação no ouvido, as células morrem. Sem falar nas substâncias tóxicas para o ouvido”, diz.

Outros vilões são café, refrigerantes do tipo cola e açúcar refinado, sem falar na exposição a ruídos intensos, que incluem fones de ouvido, altura de televisão, rádio e computador, o som de casas noturnas e fogos de artifício. Em algumas situações, diz a médica, uma única exposição já basta, como no caso de rojões.

“Não adianta abusar da audição na juventude e depois querer recuperar o tempo perdido. A cautela deve ter início na infância e ser constante, em todas as idades”, afirma Guimarães. Problemas de saúde, como pressão alta ou baixa e diabetes, também aceleram o processo. “Se há variação brusca de pressão ou níveis altos, cai o fluxo de sangue e oxigênio para o ouvido e os neurônios morrem”, diz a médica.

Com o diabetes a degeneração ocorre porque, segundo ela, a doença causa lesão em ramos menores da artéria que leva o sangue ao ouvido.